Crónicas do chinelo voador

quarta-feira, 20 de junho de 2018


Eu sou do tempo (perdoem-me a expressão de velha do restelo) em que os chinelos de praia tinham mais funcionalidades do que um canivete suíço e eram o calçado mais importante do lar! Não acreditam? Ora então façam a fineza de lerem as próximas linhas! 


Em primeiro lugar para termos uns chinelos da Havaianas tínhamos de encomendá-los ao tio que vivia no Brasil ou implorar à amiga de férias que nos trouxesse um parzito (ou dois), o que por si só já os tornava difíceis de conseguir e, vá-se lá perceber, mais apetecíveis!

Em segundo lugar quando finalmente chegavam ao seu destino eram promovidos a calçado único: eram usados no banho, em casa, na praia, à chuva, na rua e em mais 356898 locais porque, em boa verdade, eram giras, estavam na moda e não havia coisinha mais confortável para acomodar chispes cansados!

Em terceiro lugar, estes chinelos tinham (e têm) características únicas, nomeadamente em termos de flexibilidade e leveza, o que gera as condições perfeitas para que se transformem numa arma branca de longo alcance. As mães de todo o mundo usavam estes chinelos acompanhados da fatídica frase "Anda cá que tu já vais ver!!!!!", seguida do arremesso do dito cuja na trajetória do filho inquieto.

Em último lugar, mas não menos importante, os chinelos supracitados eram o utensílio perfeito para matar insetos esborrachando-os na parede. Ah, que enorme satisfação, acabar de vez com o BZZZZZZzzzzz Bzzzzzzzzzzz que atormentava as noites de verão!

Portanto, sempre que vejo alguém na rua (mesmo em dias frescos) a usar umas simples havaianas sem brilho, sem detalhes coloridos, sem floreados, tenho vontade de correr na sua direção e dizer "Obrigada por tudo!!".


Beijos mil e até breve



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